Para alguns, eles são quatro palhaços de luxo que venderam suas almas e imagens ao diabo. Para milhões de outros, formam a maior banda de rock 'n' roll do mundo. E ainda afirmam que querem ser mais famosos do que são. Respeitável público... com vocês, o lendário KISS, a banda que vendeu a alma ao rock 'n' roll e agora está cobrando os juros

 

A maquiagem, as roupas saídas de filmes de ficção científica e HQs e o arsenal de efeitos especiais fazem do KISS a banda perfeita para subir ao palco numa noite de Halloween. Eles sabem disso. Tanto que marcaram a estréia da sua nova tunê, a Psycho Circus Tour, para a noite macabra de 31 de outubro, quando todo mundo nos Estados Unidos está mesmo é a fim de soltar as bruxas. E há coisa melhor para exorcizar os demônios do que assistir à formação original do KISS - o baixista e vocalista Gene Simmons, o guitarrista Ace Frehley, Paul Stanley na voz e na guitarra e o batera Peter Criss - tocando por mais de duas horas, ao vivo e ainda por cima em 3D? Sem contar a apresentação maluca do Psycho Circus, uma trupe circense nada convencional que está acompanhando o KISS em sua turnê mundial.

W  E  L  C  O  M  E      T  O      T  H  E      S  H  O  W

A banda abriu a noite com Psycho Circus, a faixa título do novo álbum, usando o refrão - "welcome to the show" - para dar as boas vindas ao público. A produção do show está longe de ser modesta. O KISS desembolsou 10 milhões de dólares para conseguir realizar exatamente o que tinha em mente: explosões tão sincronizadas com as músicas que funcionavam quase como uma segunda bateria e o primeiro telão 3D em tempo real já visto num show. As imagens captadas ao vivo eram mixadas com outras, pré-gravadas, como a língua de Gene Simmons vindo ameaçadoramente na direção do público - uma visão assustadora, diga-se de passagem. Outras imagens, como Peter Criss arremessando as baquetas na direção da câmera ou Paul Stanley apontando o braço da guitarra para a platéia, ajudavam a tornar o efeito 3D ainda mais real.

K I S S P E T Á C U L O !

Musicalmente, o KISS mostrou continuar básico e bombástico como sempre, principalmente quando desenterrava clássicos como Calling Dr. Love, Deuce e Shock me - para delírio dos fãs, a trinca rolou na seqüência. O setlist foi bem parecido com o da última tunê que a banda fez em 96 (não por acaso, a mais bem sucedida do ano), só que com o reforço de três faixas do disco novo, totalizando pouco mais de duas horas de show. Teve Shout It Out Loud, Detroit Rock City, Let Me Go Rock And Roll e Do You Love Me?, só para começar.
Gene Simmons mandou bala em
Cold Gin, do primeiro disco, dizendo que era o goró que o esquentava quando ele ainda não tinha nada. Também do primeiro disco, rolou Nothing To Loose. De repente, durante Sac, mais uma surpresa: a batera de Peter Criss saiu flutuando, avançando para a frente do palco enquanto ele mostrava com quantas baquetas se faz um bom solo. Ace Frehley também teve seu momento de glória. Comandou os vocais de Into The Void - única faixa que canta no disco novo - e engrenou um solo que literalmente tirou fumaça da sua guitarra. Acabando o solo, Ace simplesmente saiu andando e deixou a guitarra lá, flutuando, soltando fumaça e rojões. E a platéia delirando.

NA VIRADA DO MILÊNIO

Paul Stanley, sem dúvida o mais performático e o mais carismático no palco - o troféu "mais macabro" vai para Gene Simmons, lógico -, aproveitava as brechas para conversar com o público. Num certo momento, ele virou para a galera e disse: "Quando subo num palco e fico vendo vocês aí embaixo lembro de quando ia ver as bandas que eu gostava. Posso ir até aí com vocês?" Dito isto, Paul se transformou num tarzan moderno e, preso por um cipó de ferro, pulou do palco e voou até uma plataforma montada no meio da pista. Lá, ele mandou bala em Love Gun.
Gene Simmons aproveitou
Firehouse para fazer o seu tradicional número "cospe-sangue". Depois, em God Of Thunder, foi suspenso por fios quase invisíveis e ficou lá em cima, solando o seu baixo-machado.
Pro bis, o KISS reservou
Beth - com Peter Criss cantando na beirinha do palco, acompanhado por um piano e uma orquestra pré-gravados. Ainda no bis, rolou Black Diamond e aquela que não poderia faltar, e que você já estava perguntando se não iria rolar: Rock And Roll All Nite.
Na saída, depois de dez minutos ininterruptos de fogos de artifício, a galera que entrou correndo com medo de perder o começo do show pôde olhar com calma o protótipo do carro do KISS, uma caranga nervosa para duas pessoas que vai ser produzida em edição limitada e vendida por U$ 70 mil, em exposição bem ao lado de quatro infláveis gigantescos da banda.
Depois dessa estréia em grande estilo, o KISS parte para conquistar o mundo com a Psycho Circus Tour, já preparando o terreno para outra turnê, a Millenium Concert Events, que está sendo programada para a virada do século. Os caras não brincam em serviço... E o circus não pode parar.

Fonte: 89 A Revista Rock - ano 2 - nº 07


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